quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Lugar para coisas secretas - algumas confissões

Aqui, onde expressamos aquilo que temos que fingir que não sentimos. Aqui, eu conto, aqui eu decido que expressar é melhor que adoecer.
Eu, que já achei que odiava o mundo. Ou que o mundo me odiava. Aqui admito que eu não acho que todos estão errados. Eu não quero consertar o mundo.

Só quero fazer parte dele.

Vamos pras nossas festas de família, enfiando um pedaço de roupa pelos cantos da mala, pó debaixo do tapete, papéis no meio dos livros na estante, escondendo bagunça embaixo da cama. Colocamos nossa máscara, verificando de última hora se não deixamos à mostra algo que queremos esconder, pra sermos por um ou dois dias a pessoa que queremos ser para as pessoas que amamos.
Nessa época do ano, tenho apenas medo. Medo que descubram que sou uma farsa. Uma cópia malfeita de mim mesma, de quem eles pensam que sou.

Ontem sonhei com você – você, a quem escrevo e sempre escrevi. E anteontem. E o dia antes desse. Tenho a máscara de tranquilidade que a depressão me traz. E pareço equilibrada quando admito que te amo, mas na verdade, é só tristeza.

Hoje pensei em ligar pra você – que traiu minha confiança como uma mulherzinha alcoviteira e me fez ver que o atalho que eu estava tomando não me levava pro lugar aonde queria ir – confessar de novo que a saudade foi maior que o orgulho. Mas tento acreditar que estou melhor assim. A saudade ainda não foi maior que a mágoa que eu deveria estar sentindo, se eu sentisse.

Sempre brinquei, pra que ninguém percebesse o quanto doeu, sobre a primeira vez que ouvi que tinha “uma pedra no lugar do coração”. Depois fiz graça com o amor de outro, que afirmava que a pessoa que disse isso “só chegou nos muros”. Completei com desdém que a surpresa para além dos muros, é que não tem nada dentro. Meus muros são para que ninguém perceba que não tenho coração. Sou vazia. Sou insípida. Eu não acredito no amor. Não consigo nem mesmo sentir raiva, nem mágoa. - Vazia.

Queria ter coragem para fazer como você – que me lê e tem um lugar secreto para falar de mim – e declarar, mesmo que aqui, no lugar para coisas secretas, com todas as letras e nomes os poucos sentimentos que me restam.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Armadilha

Assim, depois de mais de uma semana sonhando com ele absolutamente todos os dias e, em algumas noites, a noite inteira. A ponto de meu marido ter se preocupado pois cheguei a falar em voz alta ao longo de toda a noite, com tamanha angústia que ele finalmente reconheceu que eu devia estar exausta e que provavelmente não tinha descansado apropriadamente. Depois de uma semana assim e de passar os dias pensando no que tinha sonhado e produzindo mais outros tanto sonhos acordada, enfim, não sonhei mais com ele. E acordei pensando nele, por essa repentina ausência.
Esse ano eu quase – QUASE – consegui esquecê-lo. E acho que o medo foi tão grande para ambas as partes, que retrocedemos pelo menos 4 anos de diligentes tentativas. Mais uma vez, ele não quer me deixar ir e eu não quero que ele se vá.

Nas minhas reflexões de fim de ano tomo algumas lições que gostaria de registrar, apenas para não esquecê-las:

1 – Talvez, só talvez, o amor não seja coincidência
2 – Destino, se é que isso existe, não faz nada sozinho
3 – Nos casamos quando encontramos alguém com quem desejamos passar o resto de nossas vidas
4 – Não devemos nos casar antes de que nossas vidas estejam “no resto”
5 – Quanto mais fazemos coisas das quais “deveríamos nos arrepender”, menor a probabilidade de nos arrependermos genuínamente.
6 – Mas como “deveríamos”, gastamos muito tempo e energia tentando ou fingindo e nos empenhando para consertar.
7 – Eu não devia assistir filmes de terror, sobretudo à noite, sobretudo sozinha
8 – É muito mais difícil comprar presentes para quem você gosta que pra quem você não gosta. E muito mais caro também.
9 – Um mínimo reforço é o bastante para uma enchorrada de padrões comportamentais se mantidos em esquemas intermitentes.
10 – A incontrolabilidade, ou desamparo aprendido, fica mais acentuada quando temporalmente próxima à liberação do reforço. O organismo parece mais atado à armadilha. O labirinto, ainda mais escuro.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Assistindo (500) Days of Summer

Então, sem a desculpa de um casamento traumaticamente dissolvido na família – que eu e meus irmãos passamos a vida desejando e nunca aconteceu – sendo casada com o companheiro mais extraordinário que eu achei que fosse possível, tendo saído de todos os meus relacionamentos não com um ex-namorado, mas com um eterno amigo, sendo terapeuta familiar e lidando com todos os níveis de relacionamento – dos eternos enamorados já velhinhos, viúvas, casamentos abalados e desfeitos, adolescentes achando que seu primeiro amor será o último – eu EU! De repente me vi sendo Summer.

E vi, no espelho colocado na telona para mim, o mal que faço às pessoas ao meu redor, que me amam.
Sou seca, sou vazia. Eu simplesmente não acredito no amor. Em nada dessas coisas mágicas e bonitinhas que circundam o conceito. Eu não acredito. “There’s no such thing as love”.

E, a despeito de todo o meu egocentrismo, que faz com que eu escreva aqui sempre só e somente sobre mim, minhas descobertas, meus sentimentos e emoções. O mesmo egocentrismo que me fez acreditar que minha viagem solitária seria um mar de lágrimas e dias enfurnada no hotel e acabou sendo uma semana de curtição e liberdade. Essa mania de fazer introspecções a respeito de tudo e qualquer coisa que me afete emocionamente, que fez achar que o filme foi escrito baseado na minha vida e me deixou com as mãos tapando a boca, cena a cena.

A despeito de tudo isso, foi para Tom Hansen que eu olhei e senti os olhos marejados. As lágrimas que sempre parecem me faltar, e cuja falta me rendeu acusações do tipo “você tem uma pedra no lugar do coração” para os mais divertidos e “eu queria que você chorasse... eu acharia que vc é um pouco mais humana...” para os mais afetados com minha frieza e distanciamento, essas lágrimas voltaram enfim. E confesso que naquele momento não pensei no que poderia escrever ou em como me sinto forte quando guardo para mim meus sentimentos, naquele momento pensei só no “outro”. Todos aqueles que me amam e eu magoei. Naqueles 95 minutos, esqueci dos anos de terapia ouvindo que NÃO SOU responsável pelos sentimento do “outro”. E doeu e chorei. Pensando o que eu fiz da minha vida para acabar nela dessa forma. Pensando no que poderia fazer para diminuir o sofrimento do “outro” depois de tanto tempo exposto a tamanha crueldade.

E, pela primeira vez neste último ano, senti que estava errada. Senti que não tinha razão. Senti que tinha culpa. E não vou mentir fingindo que só pensei nas pessoas que me amam. Pensei também nas pessoas que eu queria perto, mas as afastei e depois o curso natural da vida levou definitivamente para longe de mim, sem ter tempo para que eu me arrependesse, pedisse desculpas, tentasse consertar.

Eu sempre reflito sobre tudo o que me toca e sinto tanto prazer nisso que nunca evito ser tocada. E me sinto um fracasso, quando batalhei tanto para mudar em mim uma característica que não gosto e acabei com uma outra versão da mesma coisa. Eu passei tanto tempo tentando me fechar a essa dor, a ser essa pessoa amarga, tentando parar de buscar amores mágicos, pessoas idealizadas, situações ilusórias. E tudo o que consegui foi convercer-me de que não amo. Muito provavelmente porque não tenho minha situação ilusória, minha pessoa idealizada, meu amor mágico.

Os meus (2887) dias foram sem ele. Eu sinto dor sempre que penso nele. E não consigo parar de pensar nele, no que poderia ter sido... E, quando não estou desesperadoramente pensando em voltar ao passado e reescrever minha história, estou pensando em como mudar meu futuro, fazer com que ele faça parte da minha vida.


Cansei desse texto atribulado, pesado. O filme não tem nada disso. É só a obscuridade em que vivo nos últimos dias que me fazem ver tudo isso. Hoje sou Tom Hansen, com a dor do que ele não pôde ter.

domingo, 1 de novembro de 2009

29/10/2009

Sabe de uma coisa? Não quero me acostumar com você. Com seu cheiro doce de loucura e prazer. Com a ansiedade de perda, com o ciúme, com a possessividade, a proteção.

Não quero me conformar.

Não era pra eu estar construindo só a minha vida. Não era pra eu estar arrastando ninguém pelos caminhos por onde me perco.

Eu não consigo te deixar e você não quer me deixar ir.

Você me faz sangrar. E nosso distanciamento só me aproxima ainda mais de você.

E, pela primeira vez, talvez, eu não sei se não quero. Não tenho outra saída, senão estar só.

Ninguém me completa, eu sou completa.

E te quero comigo, embora não devesse.

Completamente.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Hoje já não tenho mais saco pra te perdoar.

Ontem você se roubou de mim, hoje você rouba meu maridinho de mim. Me presenteia sempre com a solidão.

Hoje não tenho mais saco pra jogar.

E definir regras de um jogo besta, que eu sei que vou perder. Nunca fui mesmo de fazer joguinhos, de fazer rodeios, de rodiar, de odiar.

Hoje só não me importo, não tenho mais saco pra me importar.

Ontem ia escrever um poema, falando do amor lindo que vivíamos apesar de tudo o que era impossível. Da beleza, da arte, dos sons e gemidos que só seu corpo provoca.

Hoje não tenho mais saco pra tentar.

E te presenteio com o silêncio e a frieza das palavras bem escolhidas. E te poupo das poesias que você tanto despreza.

Hoje não tenho mais saco pra te amar.

E penso em ficar com meu marido, meus outros amores, minhas paixões fugazes, meus desejos voláteis, meus sonhos friáveis, minhas ilusões perenes, meus amantes platônicos.

Hoje não tenho mais saco pra te desejar.

Por que até o que mais me atrai em você, hoje me dá náuseas. Só de imaginar e portanto, sentir na ausência do sentido, a dor que causa, que poderia, que ainda pode causar.

Te admiro, me apaixono, nos perco.

Eu nem sei por que me fiz isso comigo, contigo, conosco.

Mas hoje não tenho mais saco pra pensar.

Porque todo e cada pedacinho de mim se ocupa em sentir a única coisa que nunca me tornei incapaz, e que meu saco cheio nunca pode reprimir.

Mas só porque não posso evitar.

domingo, 23 de agosto de 2009

Introspectivas de uma mente apaixonada

Te trago em mim e me entrego pra ti.
Percebo todas tuas curvas, delírios, desejos, oscilações....
Te vejo em mim, me perco em ti.
Nos seus sonhos, nos seus escritos, nos seus lapsos de consciência quando diz que não me quer, e nos seus lapsos de inconsciência, quando tras á tona toda verdade, todo desejo repudiado, tão distante de se tornar real, tão despretendido.
Eu só quero que vc venha aqui, se perca em mim, assim como eu já me perdi em ti e me prendi na tua alma. Perfeita, intocada, insana, desmedida.
Vem e coloca tua vontade em mim. Vai e arranca de mim toda culpa que vc me atirou e todos os dartos que vc me cuspiu.
Acende em mim essa vontade de querer te ver e te ter acima de qualquer advérbio.
Me despo de toda vaidade e de toda vergonha. Me entrego pra ti, e sou tua.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Morro todos os dias vivendo por você.
Imaginando quando vou te encontrar de novo, te dar um sorriso sem graça, ou te olhar com olhos de raiva. Medindo cada passo, evitando cada olhar, planejando cada movimento, cada palavra não dita.

Porque com você não tem conversa.
Não há arrependimentos, só há desculpas.

A cada tentativa de aproximação, a cada beijo no rosto que você me dá, que mais parece uma facada, a cada olhar de tristeza, cada conversa que começa por um acaso muito bem pensado, me faz cada vez me sentir mais presa na sua teia. Tentando fugir, mas desejando ficar. Pintando gotas de esperança que fazem o alívio fardar-se de prazer. Minha contingencia armadilha.

domingo, 26 de julho de 2009

Pela Obra de Arte que Não Fomos

http://www.youtube.com/watch?v=AFVlJAi3Cso&feature=PlayList&p=DD313C661580664D&index=0&playnext=1

I know i told you you have nothing with the break of my love. You never interfered in this.

Well, i lied.

Today i dont want you anymore, then i feel free to be in love with my lover again. And he's just perfect now. It was your revealed desire that makes me want to escape. And I ran straight into your arms.And, back then, i couldn't resist to you. although I tried, I simply could not. Now you put an end to our little adventure by my own terms. I appreciate that.

You solved a problem that i haven't tried too hard to do so. I not even feel a pain as painful as it could be. I'm not even angry. I'm disappointed, that's it.

You not even destroyed what you built in me. and I not even mind me.

I still feel safe.

And now I can resist you.

And i can love my love.

Though i still want to be alone. I feel better about me, and i feel safer when i'm by my self.
I said you shouldn't feel guilty, that no one could blame you for this.

I didn't lie this time.


I'll not hang around with you any longer. I will not further besmirch me with you. I pretend i just slipped into your feet once. No one will ever care, no one will never connect you to my loneliness.
And i will never blame you, though i will be the only person that knows that it was you who makes me want to feel lonely and free again. That is thanks to you.

And I will always be grateful to you for that.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Por que sou cruel e babaca


Sou.
Porque Amo.
E amo a mim antes de tudo e cansei de fazer tudo pra te agradar. Agrado a mim, diferente de você. Aí sou babaca mesmo. Corro atrás das minhas úteis futilidades só porque isso me faz feliz.

Alguém tem que fazer...

Agora sou cruel porque você é egoísta, infantil e mimado, como você mesmo disse, mas não foi homem o bastante pra deixar de ser. Pra tentar não ser.
Seu silêncio, sua ignorância e a sua ''grande sabedoria'' só te fazem ainda mais infantil. Você não ganha nada com isso, a não ser meu desprezo.

Venha, me faça mais uma vez admirá-lo.
E tente, só esta vez, admirar-me.

Eu nunca consegui deixar de admirar odiosas pessoas cruéis. Talvez o problema seja eu, esteja em mim, mas você nunca será capaz de me fazer ver isto.

Eu te amo, desta forma odiosa.

Assim esgoto minhas armadilhas. Pra fazer valer tamanho sacrifício. Pra nos conquistar (sozinha).

Sou cruel e babaca, sou.

Só pra te ensinar que posso amar a mim também.

domingo, 5 de julho de 2009

Na verdade, não era esse texto que eu deveria estar postando.
Mas você sabem que eu, assim como todo mundo, vivo fazendo coisas que não devo.


Todos os meus medos se tornaram reais.
A angústia, o pesadelo, a solidão. O arrependimento. Ah, arrependimento! Tanto sofri por ti, sem saber que, de fato, chegaria a minha porta. Não só isso. Não se contentou a arrombou a minha casa, desarrumou a minha cama de lençóis de linho, virou minhas gavetas e rasgou meus escritos. Rasgou minhas roupas, minha pele, me retirou do meu abrigo. Bebeu meu vinho, levou toda comida. E me deixou só, com fome e com sede.
Você tinha esse jeito articulado de conseguir o que queria de mim.
Semeou sonhos na minha mente e me fez acreditar que eles se tornariam reais. Mas os sonhos se tornaram encenações baratas, repletas de enganos e contradições. Um afago, uma apunhalado. Um sorriso, uma lágrima. Tudo isso foi contabilizado em uma balança injusta. Cujo peso era medido pelo sentimento mais traiçoeiro do mundo. Contrabalanceado com o mais puro, claro. E sempre. Porque você é assim. E me ensinou a ser assim também. Tão incerta de mim mesma, não duvidosa de todas as certezas. Tão não-decifrável. E ser indecifrável pros outros pode ser bom, sempre dá aquele charme de mistério... O problema é ser indecifrável pra si mesmo. Tão trancado em sua culpa, nas suas realidades distorcidas...
Tão cruel e tão puro.
Tão perfume e tão veneno.
Tão vício, quanto remédio pela sua própria causa. Como a cura para os próprios males que causou.
Deve ser por isso que é tão difícil sair dos seus braços. Porque eles ferem, mas são os únicos que acalentam, que trazem o analgézico. Mas para novamente ferir.
É só você que pode me curar.
Estou louca... Louca de tristeza.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Agora, bem quando eu acho que estou bem, vem você.
Eu não sei o que pensar de você.

Mas não consigo parar.

É que quando estou com você sou o oposto de tudo o que gosto em mim. Não tenho nada de tudo o que aprecio em mim: ser controlada, independente, poderosa.
Com você perco o controle, sou vulnerável e, o que é pior, sinto que preciso de você.
Você me faz sentir linda, me faz sentir desse jeito que nunca me importei em ser. E me faz gostar disso.
E normalmente não gosto que saibam que me sinto assim, sobretudo o meu próprio objeto de destruição. Mas com você, não sei...
I feel safe
Assim.
Mas com você me sinto feliz. E esqueço que não sou.

sábado, 27 de junho de 2009

Speed of Sound

http://www.youtube.com/watch?v=w-LaScYO5KM

De uns tempos pra cá, tem sido impossível não escrever com trilha sonora. Mas eu gosto de mantê-la opcional. Cara de dia ensolarado. Sensação de alegria melancólica.

"Então, mesmo depois de tudo o que fiz por mim, me vejo idêntica a como era antes de tudo o que aconteceu: almoçando sozinha e matando tempo no carro com um Guaraviton de Gingseng, torcendo para que ele me ajude a me manter acordada e a lembrar do que aprendi.
Parece que agora que você saiu de minha vida não tenho mais nada a fazer, senão voltar para onde estava antes de cair nos seus braços, como se nada disso tivesse acontecido.
Machucada demais pra sentir uma ferida a mais.
Acho que você me viu ali, sozinha e deprimida, semi-morta e achou que poderia me salvar.
E eu acreditei.
O negócio é que, mesmo agora, você sempre me fez tentar ser melhor do que sou. E foi você, mesmo agora, quem esteve lá para aplaudir cada passo que eu dei, na tentativa de ser melhor, de merecer você.
Agora sou pequena e ridícula e nova demais pra conseguir ser velha e desinteressante.
Patética e sempre, sempre sozinha.
Caminho no meu labirinto de espelhos, com minha música em mim, rasgando-me, só pra me ferir mais. Cada nota uma ferroada, como uma abelha insistente no meu copo de refrigerante.
O melhor é que não me sinto, nunca me senti, mal comigo.
Só vazia!
Continuo vazia. Olhando números e datas, carente e querendo parecer suficiente. Desejando e falando sozinha, guardando o dia 13 de janeiro, ouvindo músicas no repeat, imaginando diálogos que perdi a chance de ter, sonhando acordada como a menininha que nunca deixei de ser, mesmo que finja.

Correndo, na ponta do meu espiral."

domingo, 21 de junho de 2009

Foto nova no gtalk

E bem quando eu nem pensava mais a respeito da tal promessa, só naturalmente agia como uma mulher atraente e podia ter todos e quem eu quisesse, quando a força e a segurança já tinham se tornado vaidade e prepotência. Quando já me tinham dito que eu tinha uma pedra no lugar do coração e eu tinha deixado de ser um jardineiro pra ser um ladrão de flores, arrancando umas descuidadamente e pisoteando outras. Nesse momento foi que meu orgulho foi por água abaixo e eu conheci o único homem que me faz parar e me sentir pequena, ridícula e humana. Perto dele eu era de novo a menininha que não podia optar por levar a paixão nos braços, com medo de cair.


Embora o desejasse ardentemente, jamais pude tê-lo.


Não sei se por orgulho de menina mimada que nunca ouviu um não, ou se a pessoa que ele era de fato me fez ser assim, o fato é de que nunca o esqueci, embora tente diligentemente todos os dias, não houve um só dia desde o primeiro que eu não tenha pensado nele. Só pensado, lembrado de uma risada, um olhar, um frase. Já fazem 8 anos agora. O castigo de tudo o que fiz sobre uma só pessoa agora.

O texto abaixo é de ontem, uma foto nova no gtalk. É especial porque eu nunca tinha conseguido ser tão sincera nem nas coisas que escrevo só pra mim mesma. Como se meus braços tivessem se cansado e eu os tivesse largado do lado do corpo, neste, me entrego.

"Olhar você dói.

Ainda assim não consigo evitar gastar alguns longos segundos, parada, te olhando.

A foto com cara de que foi você mesmo quem tirou.

Faz arder de dor e desesperança ou de esperança impossível.

Eu guardo pra mim, cada vez mais lá no fundo.

Mas a verdade é que eu te amo.

Mesmo você longe.

Mesmo você sem mim.

Eu tenho todos esses garotos pra me divertir, encher meu mundo de cores. De abraços, de passos, de danças, de sonhos, de amores.

Mas a verdade é que eu te amo.

Não faz muito tempo que percebi que eu não poderia ter você pra mim. E logo você terá filhos, e vidas. E aí a realidade vai bater ainda mais forte, de saber que não faço parte de sua vida. Nunca mais, se é que já fiz um dia.

Eu só vejo suas fotos, de longe, em paisagens bem diferentes. Eu queria estar lá. Eu queria que você me quisesse lá. Aí.


Eu muitas vezes nem lembro o seu rosto, sua lembrança não tem cheiro pra mim. Mas aparece a foto de repente na tela do computador e, embora inesperada, parece tão familiar como se eu tivesse corrido ansiosa, só para vê-la. O susto me percorreu mais como um alívio que como um sobressalto. Como se o rosto estivesse todo tempo gravado na retina.

E dói.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Eu já tinha esquecido da minha promessa, essa de que teria o desejo do homem que eu desejasse, quando olhei a carteirinha de estudante do Mickey e tive um flash de um dia no meu passado. Um dia que tinha gastado pensando num homem que jamais olharia pra mim.

Com a cabeça raspada e um olhar feroz nos seus quase dois metros de altura, passou por mim impetuoso, atravessando um corredor na faculdade. Olhei-o. Olhei-o de novo. E o desejei. Para nos dois passos seguintes repreender-me dizendo que era uma estúpida, que um HOMEM como aquele jamais olharia para mim, tão menina ainda. Ainda brinquei que ele sequer me veria aqui embaixo, no meu metro e meio de altura. Tranquila, ou talvez deprimida, pensei: “que pena. Acho que é desse tipo de homem que gosto. Será que nunca vou poder ter um desses?”

Aí, quando eu e Mickey já estávamos habituados a matar aula para gastar algumas horas juntos, conversando besteiras, vejo a carteirinha dele da Universidade e qual não foi a minha surpresa ao perceber que Ele era aquele homem alto, impossível para mim. Com os cabelos encaracolados agora crescidos e o sorriso constante, a forma delicada e acessível de brincar comigo e com todos, não pude associá-lo com a primeira imagem que tive dele. Mickey se mudou para os Estados Unidos pouco mais de um mês depois deste dia, mas namoramos uns bons 5 dias antes disso e ainda hoje é um amigo valoroso.

A partir daí não me esqueci mais da promessa infantil que me fiz tanto anos atrás. O destino nunca esqueceu da maldita profecia escrita, quando disse "Sou sozinha e serei sempre", então eu também não deveria me esquecer desta. Principalmente nesse ponto, quando eu podia ser atraente sem precisar magoar as pessoas, sem sentir a necessidade de que elas sofram por mim. ivida não era mais a personificação de dores inconcretas.
Prossegui desejando e fazendo-me desejada, sozinha, nunca solitária. Altamente gratificante.
Às vezes acho que quando era criança e tinha meus sonhos infantis eu era mais esperta do que sou agora, com minha mania de ter tudo real.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Os primeiros passos no caminho de tornar-me EU

Quando eu tinha dez anos, vi, de longe, um rapaz moreno de olhos bem verdes, tocando uma bateria com um talento impressionante. Eu já estava aprendendo a dar as primeiras batidas, também.


Fiquei fascinada.

Guardei aquela paixãozinha infantil comigo até o início da adolescência, quando finalmente fomos apresentados. A essa altura, eu já sabia até o telefone da casa dele, de cor. Dia do aniversário. Endereço. Tudo o que deu pra saber da distância em que eu o olhava.


Ele era um sonho inalcançável num dia e no outro estava me chamando pra sair, pra assistir sua banda tocar, pra tomar um sorvete. Me buscava na escola, me levava pra lanchar no Mc Donalds. Me abraçava com uma mão e tocava a bateria (melhor que muitos outros bateristas por aí) com a outra. Me enchia de elogios e presentes. Ligava, passava horas ensaiando pra me ligar e falávamos por alguns segundos. Esses segundos se estenderam em minutos e em horas.
Ele nunca imaginou que eu havia enlouquecido por ele há 3 anos e desde então. Ele jamais sonhou que eu o desejava muito mais que ele a mim. E por quê? – Hoje me pergunto. Eu nunca revelava nada. Nunca me revelava. Eu olhava para os lados para não ver aqueles olhos verdes e me trair, me entregar por eles, como se eles pudessem me ler por dentro. Eu ainda não sei porque ele não podia saber. Ou porque eu não podia querer.


Então minha irmã “descobriu” tudo. E, mais bonita e mais velha que eu, prometeu-me que não permitiria que eu e ele tivéssemos um romance: “Nem que eu tenha que seduzi-lo”, ela disse “mas você não vai ficar com ele”.


Hoje é muito estranho repetir isso, porque não faz sentido. Até passa a fazer um certo sentido que ninguém pudesse saber dos meus desejos, porque eu não poderia desejar.
Dito e feito, recusei continuar saindo com ele e declinei seu pedido de namoro. Aparentemente porque eu só tinha 13 anos. Até faz sentido. Ele fez deus e o mundo saber o que eu tinha feito e declarou greve de fome, enquanto eu não o aceitasse. (Engraçado esses dramas que agente faz quando é adolescente, não é?) Então ele me ligou dizendo que tinha comido e quebrado a greve. Eu disse que isso era muito bom. Ele perguntou se podíamos ser amigos, então. Eu garanti que ele podia contar com minha amizade até as últimas conseqüências. Então ele pediu minha ajuda com uma menina que ele estava gostando. Fiquei contrariada por dentro imaginando que fosse a velha cantadinha de sempre e que ele se referisse a mim:


- Tô afim da sua irmã. O que faço?


Por algum motivo pelo qual sou grata não me lembro o que respondi, mas me lembro de chorar e esbravejar em meu quarto, com a fala arrogante dela prometendo seduzi-lo ecoando nos ouvidos. Naquele dia me prometi por escrito que teria o homem que quisesse. E quantos homens quisesse. Com a freqüência que quisesse. Eu decidi que tinha um poder de sedução que ninguém conseguiria abalar, mesmo com meu corpo de criança, meu cabelo rebelde, a boca estufada pelo aparelho e pelo excesso de dentes. Mesmo contra minha irmã com seus seios formados e seu traseiro enorme. E que não me importaria com mais nada, só com meu próprio querer. Que nada me impediria de usar esse poder.

E usei.


Um ano mais tarde, provei do beijo do baterista moreno de olhos verdes uma vez e mais uma apenas. E o fiz passar alguns dos anos seguintes implorando pra me ter de novo. Eu lhe dava a atenção suficiente e necessária apenas para que ele continuasse a me buscar na escola, me acompanhar no centro de Taguatinga, me levar pra lanchar antes do ensaio da banda – a essa altura eu já estava em uma e ele sem a dele. O suficiente pra ele manter o interesse, mas cuspindo sobre ele meu orgulho ferido, dizendo que não houvesse um segundo que havia gastado com ele de que não me arrependesse. De que tinha nojo dele. De que tinha ficado com ele aquelas duas vezes apenas para provar que podia. E que poderia quando e o quanto quisesse.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Breath...

Quero apagar a minha vida.
Quero esquecer de tudo que você me fez sentir. Não aguento mais meus dramas, escrever esses clichês que fazem todos os meus textos parecerem iguais.

Não suporto. Não suporto ter que engolir sua presença, ter amigos em comum, sempre perguntando de você, sempre falando de você.
Não suporto seu perfume enjoativo e as lembranças que ele me traz. Seu casaco de listras, sua presença sempre constante, ainda que ausente. Seus versos, suas palavras, seus reclames, sua mulher e o cabelo molhado dela, seus textos, histórias e declarações. Não suporto!
Não suporto ter que esperar sempre o pior de você e, ainda assim, esperar o melhor. Não suporto as possibilidades de te ver, de querer te ver e de querer me vingar.
E perder no próprio jogo. E perder, e perder, e perder...
Sempre perder e sempre lutar.
Até morrer por dentro. Sozinha, cansada, sem forças. Te vendo passar sorrindo pela porta da minha sala, sem ao menos olhar pra mim.

terça-feira, 2 de junho de 2009

"Não era isso que você queria?"
Não. Não era. Eu sabia que ia doer, mas não imaginava que não fosse sangrar e ficar essa ferida aberta que não pára de latejar.
Faça algo por mim: não faça mais nada.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Remember of Me

I don’t think about you anymore.
I only think about myself.
And Suddenly i appreciate entirely the benefits of being selfish
I have no more tears.
I persue my own interests and let it be, just that.
Far from being healty, but also far from being lonely.
The emptiness fulfilled by me
My own voice on the silence.
My own time spent with my own wardrobe.
My passions are hiding on me once more
There’s only my face on that mirror and my own fears and concealment before my eyes.
No smiles, but a powerfull cry of bravery and recreancy in a row.
The freedom to be free and the selfishness to be selfish.
The selfishness of just remember of me. The selfishness of chase another kind of peace.

“Na rocha não sinto dor. Na ilha não choro...”

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Eu não quero mais escrever sobre você.


.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Mesa para Um

Aí eu acabo sozinha no Pub, ouvindo Pearl Jam na voz do Paulo Sett e bebendo Piña Colada. Gostando imensamente.
Cansei de ser boazinha.
As pessoas me olham de rabo de olho. É isso aí, sim. S-O-Z-I-N-H-A. Sozinha!
Precisava mesmo de um lugar calmo para pôr as idéias em ordem. Tudo isso faz parte de um plano maior, uma carreira a seguir pra ser eu. Chega uma hora que temos que saber o que seremos em vez de só o que não queremos ser.
Sentir a música em mim e eu parte dela!
E me sentir livre aqui no meu canto com meu drink afeminado em silêncio, mas com a música correndo no ritmo do meu sangue. Não sinto saudade disso. É como sentir saudade de um sonho. É só um desejo e eu, enfim, no ponto de realizar.
Vestida para qualquer coisa, menos para um show de rock, sem hora pra voltar.
Bom demais!
Sem mais ter que me preocupar com minha revolta punk nem os inúmeros exercícios de indignação das aulas na graduação.
Aquele era só o caminho pra chegar a onde estou.
Meu destino.
Finalmente minha própria espiral pra percorrer até ficar tonta. Por em prática um pouco do que ensino e espero.Mas agora esses programas não são um paliativo para eu provar que posso conciliar as coisas. É um estágio probatório pra minha promoção. Ou um aviso prévio pra minha demissão.
Cansei de não sentir.
Cansei da resposta fácil que é a paz.
Passei de novo da fase de me importar mais com os outros que comigo.
Tão feliz e plena, que a caneta desliza de um lado pro outro. E nunca pude escrever se não triste. Nem si dizer o que é isso, não é raiva. Acho que é paixão!
Tão bem que nem consigo parar, mesmo quando parece que já consegui me expressar.
Começo a desejar que aqui seja como nos filmes e alguém me pague uma bebida, mas parece que sou só uma intrusa esquisita, mesmo.

Parar pra andar.

domingo, 17 de maio de 2009

Páginas Negras

Este seria o meu nono livro se eu já não tivesse perdido a conta e se ele pudesse ser um livro.
Às vezes acho que sou “grandinha” demais pra um livro assim, mas sinto que este será infinitamente mais divertido. Aqui não tenho páginas em branco...

Também não tenho espaço aqui pra minha vida e também nunca acreditei que pudesse fazer algo tão interessante que valesse um livro. É apenas um recorte de mim. Apenas uma peça de um grande quebra-cabeças.
A vida fez de mim muito mais Kurogo que protagonista de minha própria história, assim, aqui sou um ponto. Um agente para mudança de cenário.

Sente-se e aprecie.

Ainda não amanheceu.
Decidi fazer aqui o meu “Death Note”, já que não pode ser um livro. Aí, assim, vou eliminando criminosos, pessoas, coisas e criando meu mundo ideal onde eu sou deus.
Tudo isto enquanto imprimo pequenas nuances, sabores, cheiros. As coisas pequenas que me fazem.
Um compromisso apenas com todas as realizações que planejo alcançar: o de me manter em frente ao espelho.
É onde me enfrento, é onde vivo.
É onde guardo meu segredo e me deparo com meus medos.
Apenas isso, não perder o rumo, não perder o sentido.
Quero estar em frente ao espelho quando as rugas aparecerem. Não quero gastar um só segundo procurando, questionando o que foi feito daqueles dias.
Quero ver o chão antes de cada passo e, ocasionalmente, verificar uma pegada bem marcada. Nada de metas no próximo ano.

Só viver, só viver.

"Merda nenhuma salva. Eu quero envelhecer. Quero te esquecer. Quero enxergar bem mal, bem mal, bem..." - Banda Watson (II)

terça-feira, 12 de maio de 2009

sobre abstinências .

Era aniversário dela. O celular tocou, como o esperado, como acontecia em todas as madrugadas.

A voz era suave, e triste. Só lhe disse "parabéns... eu não consegui te fazer feliz, então você vai encontrar alguém que vai fazer..."

Foi triste ouvir aquilo. Ela só esperava um "parabéns", mas o desejo de sua felicidade foi tão rancoroso que a deixou cconstrangida.

Foi comemorar o aniverário em um show de rock com os amigos, e lá estava ele... Ficou um tempo com ela lá fora, até que decidiu entrar. Deu-lhe um beijo no ombro, e foi-se. Mais uma vez.

Apesar dos amigos estarem perto, a frase que aflingia o coração. Fumou pela primeira vez e sentiu o estômago doer. A fumaça que lhe ofuscava a visão, era a mesma fumaça a deixava rouca. Perdido, procurando seu amor pelos cantos. E o encontrou ao redor dos amigos, chorando... Ela sabia que era por sua causa. Não sabia o que fazer. Não suportava mais aquela situação. Ele foi consolado pelos amigos e pela sua dama.

Ela foi embora. Deu uma volta sozinha pelo show, até que ligou para seu melhor amigo afim de que ele a encontrasse, só pra dar um abraço. Se encontraram e ele a deixou sozinha por alguns minutos para entrar em uma rodinha punk.

E ela chorou ouvindo a Pitty cantar exatamente o que ela sentia na hora.


http://www.youtube.com/watch?v=kQdPS9TOZMc&feature=fvst



"Você sabe que eu sou louca, mas tudo vai se encaixar...."
E a abstinência não vai passar....

domingo, 10 de maio de 2009

.


A dificuldade de romper laços cultivados por muito tempo.
Segredos cravados nas unhas, que ferem a vontade de sorrir, de poder abraçar sem tremor. Ou sem temor.
O tom de voz calmo e baixo reflete o olhar frio. Decidido. Cruel.
Palavras nunca são só palavras. Vêm sempre acompanhadas de risos ou choros ou ranger dos dentes.
É escuro pra se enxergar o quanto a dor é real, mas a crueldade ilumina, abre os olhos de quem quis por muito tempo apenas não enxergar.
Apenas mais um fim. Assim como o início foi marcado. Um banco no parque, uma casinha de criança.
Carrocél e seu eixo - a cada aproximação um distanciamento. E cada espectativa uma decepção. Indução e repulsão.
Só que essa brincadeira não tem graça fora dos parques de diversões e a gente se tornou "grande o bastante" pra brincar de sonhos de criança.

Hoje brincamos com nossos bonecos quebrados, cultivando nossos mortos, sempre imortais.
Um beijo no rosto e uma mensagem em branco. Junto com uma imensa fileira de cadeiras, que parecem ser muito maiores quando se está partindo. Partida, trêmula.

E as luzes se acendem.
O filme não tem mais graça.

"O pulso afasta os pontos
e deixa respirar cicatrizes sempre abertas.
Mantidas abaixo do desprezo ao acaso
e desculpas semi aceitas..." Dance of Days - Pregos, cruzes e um saco de moedas

sábado, 9 de maio de 2009

Do Fim pro Início

Morro todos os dias vivendo por você.
Imaginando quando vou te encontrar de novo, te dar um sorriso sem graça,
ou te olhar com olhos de raiva.
Medindo cada passo, evitando cada olhar, planejando cada movimento, cada palavra não dita.

Porque com você não tem conversa.
Não há arrependimentos, só há desculpas.

A cada tentativa de aproximação,
a cada beijo no rosto que você me dá, que mais parece uma facada,
a cada olhar de tristeza,
cada conversa que começa por um acaso muito bem pensado,
me faz cada vez me sentir mais presa na sua teia.
Tentando fugir, mas desejando ficar.
Pintando gotas de esperança que fazem o alívio fardar-se de prazer.

Minha contingencia armadilha.