terça-feira, 16 de junho de 2009

Eu já tinha esquecido da minha promessa, essa de que teria o desejo do homem que eu desejasse, quando olhei a carteirinha de estudante do Mickey e tive um flash de um dia no meu passado. Um dia que tinha gastado pensando num homem que jamais olharia pra mim.

Com a cabeça raspada e um olhar feroz nos seus quase dois metros de altura, passou por mim impetuoso, atravessando um corredor na faculdade. Olhei-o. Olhei-o de novo. E o desejei. Para nos dois passos seguintes repreender-me dizendo que era uma estúpida, que um HOMEM como aquele jamais olharia para mim, tão menina ainda. Ainda brinquei que ele sequer me veria aqui embaixo, no meu metro e meio de altura. Tranquila, ou talvez deprimida, pensei: “que pena. Acho que é desse tipo de homem que gosto. Será que nunca vou poder ter um desses?”

Aí, quando eu e Mickey já estávamos habituados a matar aula para gastar algumas horas juntos, conversando besteiras, vejo a carteirinha dele da Universidade e qual não foi a minha surpresa ao perceber que Ele era aquele homem alto, impossível para mim. Com os cabelos encaracolados agora crescidos e o sorriso constante, a forma delicada e acessível de brincar comigo e com todos, não pude associá-lo com a primeira imagem que tive dele. Mickey se mudou para os Estados Unidos pouco mais de um mês depois deste dia, mas namoramos uns bons 5 dias antes disso e ainda hoje é um amigo valoroso.

A partir daí não me esqueci mais da promessa infantil que me fiz tanto anos atrás. O destino nunca esqueceu da maldita profecia escrita, quando disse "Sou sozinha e serei sempre", então eu também não deveria me esquecer desta. Principalmente nesse ponto, quando eu podia ser atraente sem precisar magoar as pessoas, sem sentir a necessidade de que elas sofram por mim. ivida não era mais a personificação de dores inconcretas.
Prossegui desejando e fazendo-me desejada, sozinha, nunca solitária. Altamente gratificante.
Às vezes acho que quando era criança e tinha meus sonhos infantis eu era mais esperta do que sou agora, com minha mania de ter tudo real.

Nenhum comentário:

Postar um comentário