domingo, 20 de dezembro de 2009

Armadilha

Assim, depois de mais de uma semana sonhando com ele absolutamente todos os dias e, em algumas noites, a noite inteira. A ponto de meu marido ter se preocupado pois cheguei a falar em voz alta ao longo de toda a noite, com tamanha angústia que ele finalmente reconheceu que eu devia estar exausta e que provavelmente não tinha descansado apropriadamente. Depois de uma semana assim e de passar os dias pensando no que tinha sonhado e produzindo mais outros tanto sonhos acordada, enfim, não sonhei mais com ele. E acordei pensando nele, por essa repentina ausência.
Esse ano eu quase – QUASE – consegui esquecê-lo. E acho que o medo foi tão grande para ambas as partes, que retrocedemos pelo menos 4 anos de diligentes tentativas. Mais uma vez, ele não quer me deixar ir e eu não quero que ele se vá.

Nas minhas reflexões de fim de ano tomo algumas lições que gostaria de registrar, apenas para não esquecê-las:

1 – Talvez, só talvez, o amor não seja coincidência
2 – Destino, se é que isso existe, não faz nada sozinho
3 – Nos casamos quando encontramos alguém com quem desejamos passar o resto de nossas vidas
4 – Não devemos nos casar antes de que nossas vidas estejam “no resto”
5 – Quanto mais fazemos coisas das quais “deveríamos nos arrepender”, menor a probabilidade de nos arrependermos genuínamente.
6 – Mas como “deveríamos”, gastamos muito tempo e energia tentando ou fingindo e nos empenhando para consertar.
7 – Eu não devia assistir filmes de terror, sobretudo à noite, sobretudo sozinha
8 – É muito mais difícil comprar presentes para quem você gosta que pra quem você não gosta. E muito mais caro também.
9 – Um mínimo reforço é o bastante para uma enchorrada de padrões comportamentais se mantidos em esquemas intermitentes.
10 – A incontrolabilidade, ou desamparo aprendido, fica mais acentuada quando temporalmente próxima à liberação do reforço. O organismo parece mais atado à armadilha. O labirinto, ainda mais escuro.

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