domingo, 21 de junho de 2009

Foto nova no gtalk

E bem quando eu nem pensava mais a respeito da tal promessa, só naturalmente agia como uma mulher atraente e podia ter todos e quem eu quisesse, quando a força e a segurança já tinham se tornado vaidade e prepotência. Quando já me tinham dito que eu tinha uma pedra no lugar do coração e eu tinha deixado de ser um jardineiro pra ser um ladrão de flores, arrancando umas descuidadamente e pisoteando outras. Nesse momento foi que meu orgulho foi por água abaixo e eu conheci o único homem que me faz parar e me sentir pequena, ridícula e humana. Perto dele eu era de novo a menininha que não podia optar por levar a paixão nos braços, com medo de cair.


Embora o desejasse ardentemente, jamais pude tê-lo.


Não sei se por orgulho de menina mimada que nunca ouviu um não, ou se a pessoa que ele era de fato me fez ser assim, o fato é de que nunca o esqueci, embora tente diligentemente todos os dias, não houve um só dia desde o primeiro que eu não tenha pensado nele. Só pensado, lembrado de uma risada, um olhar, um frase. Já fazem 8 anos agora. O castigo de tudo o que fiz sobre uma só pessoa agora.

O texto abaixo é de ontem, uma foto nova no gtalk. É especial porque eu nunca tinha conseguido ser tão sincera nem nas coisas que escrevo só pra mim mesma. Como se meus braços tivessem se cansado e eu os tivesse largado do lado do corpo, neste, me entrego.

"Olhar você dói.

Ainda assim não consigo evitar gastar alguns longos segundos, parada, te olhando.

A foto com cara de que foi você mesmo quem tirou.

Faz arder de dor e desesperança ou de esperança impossível.

Eu guardo pra mim, cada vez mais lá no fundo.

Mas a verdade é que eu te amo.

Mesmo você longe.

Mesmo você sem mim.

Eu tenho todos esses garotos pra me divertir, encher meu mundo de cores. De abraços, de passos, de danças, de sonhos, de amores.

Mas a verdade é que eu te amo.

Não faz muito tempo que percebi que eu não poderia ter você pra mim. E logo você terá filhos, e vidas. E aí a realidade vai bater ainda mais forte, de saber que não faço parte de sua vida. Nunca mais, se é que já fiz um dia.

Eu só vejo suas fotos, de longe, em paisagens bem diferentes. Eu queria estar lá. Eu queria que você me quisesse lá. Aí.


Eu muitas vezes nem lembro o seu rosto, sua lembrança não tem cheiro pra mim. Mas aparece a foto de repente na tela do computador e, embora inesperada, parece tão familiar como se eu tivesse corrido ansiosa, só para vê-la. O susto me percorreu mais como um alívio que como um sobressalto. Como se o rosto estivesse todo tempo gravado na retina.

E dói.

Um comentário:

  1. Foda, guria.
    Esse texto dói.
    É tão horrível ter essa sensação de que nunca terá o que sempre quis, e principalmente, quem sempre quis.
    Mas talvez o destino, ou Deus, ou nós mesmos possamos nos dar uma chance.

    Ilusões surreais, é como eu costumo chamar.
    Beijos e se cuida, flor. :)

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