domingo, 5 de julho de 2009

Na verdade, não era esse texto que eu deveria estar postando.
Mas você sabem que eu, assim como todo mundo, vivo fazendo coisas que não devo.


Todos os meus medos se tornaram reais.
A angústia, o pesadelo, a solidão. O arrependimento. Ah, arrependimento! Tanto sofri por ti, sem saber que, de fato, chegaria a minha porta. Não só isso. Não se contentou a arrombou a minha casa, desarrumou a minha cama de lençóis de linho, virou minhas gavetas e rasgou meus escritos. Rasgou minhas roupas, minha pele, me retirou do meu abrigo. Bebeu meu vinho, levou toda comida. E me deixou só, com fome e com sede.
Você tinha esse jeito articulado de conseguir o que queria de mim.
Semeou sonhos na minha mente e me fez acreditar que eles se tornariam reais. Mas os sonhos se tornaram encenações baratas, repletas de enganos e contradições. Um afago, uma apunhalado. Um sorriso, uma lágrima. Tudo isso foi contabilizado em uma balança injusta. Cujo peso era medido pelo sentimento mais traiçoeiro do mundo. Contrabalanceado com o mais puro, claro. E sempre. Porque você é assim. E me ensinou a ser assim também. Tão incerta de mim mesma, não duvidosa de todas as certezas. Tão não-decifrável. E ser indecifrável pros outros pode ser bom, sempre dá aquele charme de mistério... O problema é ser indecifrável pra si mesmo. Tão trancado em sua culpa, nas suas realidades distorcidas...
Tão cruel e tão puro.
Tão perfume e tão veneno.
Tão vício, quanto remédio pela sua própria causa. Como a cura para os próprios males que causou.
Deve ser por isso que é tão difícil sair dos seus braços. Porque eles ferem, mas são os únicos que acalentam, que trazem o analgézico. Mas para novamente ferir.
É só você que pode me curar.
Estou louca... Louca de tristeza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário