segunda-feira, 29 de junho de 2009

Agora, bem quando eu acho que estou bem, vem você.
Eu não sei o que pensar de você.

Mas não consigo parar.

É que quando estou com você sou o oposto de tudo o que gosto em mim. Não tenho nada de tudo o que aprecio em mim: ser controlada, independente, poderosa.
Com você perco o controle, sou vulnerável e, o que é pior, sinto que preciso de você.
Você me faz sentir linda, me faz sentir desse jeito que nunca me importei em ser. E me faz gostar disso.
E normalmente não gosto que saibam que me sinto assim, sobretudo o meu próprio objeto de destruição. Mas com você, não sei...
I feel safe
Assim.
Mas com você me sinto feliz. E esqueço que não sou.

sábado, 27 de junho de 2009

Speed of Sound

http://www.youtube.com/watch?v=w-LaScYO5KM

De uns tempos pra cá, tem sido impossível não escrever com trilha sonora. Mas eu gosto de mantê-la opcional. Cara de dia ensolarado. Sensação de alegria melancólica.

"Então, mesmo depois de tudo o que fiz por mim, me vejo idêntica a como era antes de tudo o que aconteceu: almoçando sozinha e matando tempo no carro com um Guaraviton de Gingseng, torcendo para que ele me ajude a me manter acordada e a lembrar do que aprendi.
Parece que agora que você saiu de minha vida não tenho mais nada a fazer, senão voltar para onde estava antes de cair nos seus braços, como se nada disso tivesse acontecido.
Machucada demais pra sentir uma ferida a mais.
Acho que você me viu ali, sozinha e deprimida, semi-morta e achou que poderia me salvar.
E eu acreditei.
O negócio é que, mesmo agora, você sempre me fez tentar ser melhor do que sou. E foi você, mesmo agora, quem esteve lá para aplaudir cada passo que eu dei, na tentativa de ser melhor, de merecer você.
Agora sou pequena e ridícula e nova demais pra conseguir ser velha e desinteressante.
Patética e sempre, sempre sozinha.
Caminho no meu labirinto de espelhos, com minha música em mim, rasgando-me, só pra me ferir mais. Cada nota uma ferroada, como uma abelha insistente no meu copo de refrigerante.
O melhor é que não me sinto, nunca me senti, mal comigo.
Só vazia!
Continuo vazia. Olhando números e datas, carente e querendo parecer suficiente. Desejando e falando sozinha, guardando o dia 13 de janeiro, ouvindo músicas no repeat, imaginando diálogos que perdi a chance de ter, sonhando acordada como a menininha que nunca deixei de ser, mesmo que finja.

Correndo, na ponta do meu espiral."

domingo, 21 de junho de 2009

Foto nova no gtalk

E bem quando eu nem pensava mais a respeito da tal promessa, só naturalmente agia como uma mulher atraente e podia ter todos e quem eu quisesse, quando a força e a segurança já tinham se tornado vaidade e prepotência. Quando já me tinham dito que eu tinha uma pedra no lugar do coração e eu tinha deixado de ser um jardineiro pra ser um ladrão de flores, arrancando umas descuidadamente e pisoteando outras. Nesse momento foi que meu orgulho foi por água abaixo e eu conheci o único homem que me faz parar e me sentir pequena, ridícula e humana. Perto dele eu era de novo a menininha que não podia optar por levar a paixão nos braços, com medo de cair.


Embora o desejasse ardentemente, jamais pude tê-lo.


Não sei se por orgulho de menina mimada que nunca ouviu um não, ou se a pessoa que ele era de fato me fez ser assim, o fato é de que nunca o esqueci, embora tente diligentemente todos os dias, não houve um só dia desde o primeiro que eu não tenha pensado nele. Só pensado, lembrado de uma risada, um olhar, um frase. Já fazem 8 anos agora. O castigo de tudo o que fiz sobre uma só pessoa agora.

O texto abaixo é de ontem, uma foto nova no gtalk. É especial porque eu nunca tinha conseguido ser tão sincera nem nas coisas que escrevo só pra mim mesma. Como se meus braços tivessem se cansado e eu os tivesse largado do lado do corpo, neste, me entrego.

"Olhar você dói.

Ainda assim não consigo evitar gastar alguns longos segundos, parada, te olhando.

A foto com cara de que foi você mesmo quem tirou.

Faz arder de dor e desesperança ou de esperança impossível.

Eu guardo pra mim, cada vez mais lá no fundo.

Mas a verdade é que eu te amo.

Mesmo você longe.

Mesmo você sem mim.

Eu tenho todos esses garotos pra me divertir, encher meu mundo de cores. De abraços, de passos, de danças, de sonhos, de amores.

Mas a verdade é que eu te amo.

Não faz muito tempo que percebi que eu não poderia ter você pra mim. E logo você terá filhos, e vidas. E aí a realidade vai bater ainda mais forte, de saber que não faço parte de sua vida. Nunca mais, se é que já fiz um dia.

Eu só vejo suas fotos, de longe, em paisagens bem diferentes. Eu queria estar lá. Eu queria que você me quisesse lá. Aí.


Eu muitas vezes nem lembro o seu rosto, sua lembrança não tem cheiro pra mim. Mas aparece a foto de repente na tela do computador e, embora inesperada, parece tão familiar como se eu tivesse corrido ansiosa, só para vê-la. O susto me percorreu mais como um alívio que como um sobressalto. Como se o rosto estivesse todo tempo gravado na retina.

E dói.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Eu já tinha esquecido da minha promessa, essa de que teria o desejo do homem que eu desejasse, quando olhei a carteirinha de estudante do Mickey e tive um flash de um dia no meu passado. Um dia que tinha gastado pensando num homem que jamais olharia pra mim.

Com a cabeça raspada e um olhar feroz nos seus quase dois metros de altura, passou por mim impetuoso, atravessando um corredor na faculdade. Olhei-o. Olhei-o de novo. E o desejei. Para nos dois passos seguintes repreender-me dizendo que era uma estúpida, que um HOMEM como aquele jamais olharia para mim, tão menina ainda. Ainda brinquei que ele sequer me veria aqui embaixo, no meu metro e meio de altura. Tranquila, ou talvez deprimida, pensei: “que pena. Acho que é desse tipo de homem que gosto. Será que nunca vou poder ter um desses?”

Aí, quando eu e Mickey já estávamos habituados a matar aula para gastar algumas horas juntos, conversando besteiras, vejo a carteirinha dele da Universidade e qual não foi a minha surpresa ao perceber que Ele era aquele homem alto, impossível para mim. Com os cabelos encaracolados agora crescidos e o sorriso constante, a forma delicada e acessível de brincar comigo e com todos, não pude associá-lo com a primeira imagem que tive dele. Mickey se mudou para os Estados Unidos pouco mais de um mês depois deste dia, mas namoramos uns bons 5 dias antes disso e ainda hoje é um amigo valoroso.

A partir daí não me esqueci mais da promessa infantil que me fiz tanto anos atrás. O destino nunca esqueceu da maldita profecia escrita, quando disse "Sou sozinha e serei sempre", então eu também não deveria me esquecer desta. Principalmente nesse ponto, quando eu podia ser atraente sem precisar magoar as pessoas, sem sentir a necessidade de que elas sofram por mim. ivida não era mais a personificação de dores inconcretas.
Prossegui desejando e fazendo-me desejada, sozinha, nunca solitária. Altamente gratificante.
Às vezes acho que quando era criança e tinha meus sonhos infantis eu era mais esperta do que sou agora, com minha mania de ter tudo real.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Os primeiros passos no caminho de tornar-me EU

Quando eu tinha dez anos, vi, de longe, um rapaz moreno de olhos bem verdes, tocando uma bateria com um talento impressionante. Eu já estava aprendendo a dar as primeiras batidas, também.


Fiquei fascinada.

Guardei aquela paixãozinha infantil comigo até o início da adolescência, quando finalmente fomos apresentados. A essa altura, eu já sabia até o telefone da casa dele, de cor. Dia do aniversário. Endereço. Tudo o que deu pra saber da distância em que eu o olhava.


Ele era um sonho inalcançável num dia e no outro estava me chamando pra sair, pra assistir sua banda tocar, pra tomar um sorvete. Me buscava na escola, me levava pra lanchar no Mc Donalds. Me abraçava com uma mão e tocava a bateria (melhor que muitos outros bateristas por aí) com a outra. Me enchia de elogios e presentes. Ligava, passava horas ensaiando pra me ligar e falávamos por alguns segundos. Esses segundos se estenderam em minutos e em horas.
Ele nunca imaginou que eu havia enlouquecido por ele há 3 anos e desde então. Ele jamais sonhou que eu o desejava muito mais que ele a mim. E por quê? – Hoje me pergunto. Eu nunca revelava nada. Nunca me revelava. Eu olhava para os lados para não ver aqueles olhos verdes e me trair, me entregar por eles, como se eles pudessem me ler por dentro. Eu ainda não sei porque ele não podia saber. Ou porque eu não podia querer.


Então minha irmã “descobriu” tudo. E, mais bonita e mais velha que eu, prometeu-me que não permitiria que eu e ele tivéssemos um romance: “Nem que eu tenha que seduzi-lo”, ela disse “mas você não vai ficar com ele”.


Hoje é muito estranho repetir isso, porque não faz sentido. Até passa a fazer um certo sentido que ninguém pudesse saber dos meus desejos, porque eu não poderia desejar.
Dito e feito, recusei continuar saindo com ele e declinei seu pedido de namoro. Aparentemente porque eu só tinha 13 anos. Até faz sentido. Ele fez deus e o mundo saber o que eu tinha feito e declarou greve de fome, enquanto eu não o aceitasse. (Engraçado esses dramas que agente faz quando é adolescente, não é?) Então ele me ligou dizendo que tinha comido e quebrado a greve. Eu disse que isso era muito bom. Ele perguntou se podíamos ser amigos, então. Eu garanti que ele podia contar com minha amizade até as últimas conseqüências. Então ele pediu minha ajuda com uma menina que ele estava gostando. Fiquei contrariada por dentro imaginando que fosse a velha cantadinha de sempre e que ele se referisse a mim:


- Tô afim da sua irmã. O que faço?


Por algum motivo pelo qual sou grata não me lembro o que respondi, mas me lembro de chorar e esbravejar em meu quarto, com a fala arrogante dela prometendo seduzi-lo ecoando nos ouvidos. Naquele dia me prometi por escrito que teria o homem que quisesse. E quantos homens quisesse. Com a freqüência que quisesse. Eu decidi que tinha um poder de sedução que ninguém conseguiria abalar, mesmo com meu corpo de criança, meu cabelo rebelde, a boca estufada pelo aparelho e pelo excesso de dentes. Mesmo contra minha irmã com seus seios formados e seu traseiro enorme. E que não me importaria com mais nada, só com meu próprio querer. Que nada me impediria de usar esse poder.

E usei.


Um ano mais tarde, provei do beijo do baterista moreno de olhos verdes uma vez e mais uma apenas. E o fiz passar alguns dos anos seguintes implorando pra me ter de novo. Eu lhe dava a atenção suficiente e necessária apenas para que ele continuasse a me buscar na escola, me acompanhar no centro de Taguatinga, me levar pra lanchar antes do ensaio da banda – a essa altura eu já estava em uma e ele sem a dele. O suficiente pra ele manter o interesse, mas cuspindo sobre ele meu orgulho ferido, dizendo que não houvesse um segundo que havia gastado com ele de que não me arrependesse. De que tinha nojo dele. De que tinha ficado com ele aquelas duas vezes apenas para provar que podia. E que poderia quando e o quanto quisesse.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Breath...

Quero apagar a minha vida.
Quero esquecer de tudo que você me fez sentir. Não aguento mais meus dramas, escrever esses clichês que fazem todos os meus textos parecerem iguais.

Não suporto. Não suporto ter que engolir sua presença, ter amigos em comum, sempre perguntando de você, sempre falando de você.
Não suporto seu perfume enjoativo e as lembranças que ele me traz. Seu casaco de listras, sua presença sempre constante, ainda que ausente. Seus versos, suas palavras, seus reclames, sua mulher e o cabelo molhado dela, seus textos, histórias e declarações. Não suporto!
Não suporto ter que esperar sempre o pior de você e, ainda assim, esperar o melhor. Não suporto as possibilidades de te ver, de querer te ver e de querer me vingar.
E perder no próprio jogo. E perder, e perder, e perder...
Sempre perder e sempre lutar.
Até morrer por dentro. Sozinha, cansada, sem forças. Te vendo passar sorrindo pela porta da minha sala, sem ao menos olhar pra mim.

terça-feira, 2 de junho de 2009

"Não era isso que você queria?"
Não. Não era. Eu sabia que ia doer, mas não imaginava que não fosse sangrar e ficar essa ferida aberta que não pára de latejar.
Faça algo por mim: não faça mais nada.