sábado, 27 de junho de 2009

Speed of Sound

http://www.youtube.com/watch?v=w-LaScYO5KM

De uns tempos pra cá, tem sido impossível não escrever com trilha sonora. Mas eu gosto de mantê-la opcional. Cara de dia ensolarado. Sensação de alegria melancólica.

"Então, mesmo depois de tudo o que fiz por mim, me vejo idêntica a como era antes de tudo o que aconteceu: almoçando sozinha e matando tempo no carro com um Guaraviton de Gingseng, torcendo para que ele me ajude a me manter acordada e a lembrar do que aprendi.
Parece que agora que você saiu de minha vida não tenho mais nada a fazer, senão voltar para onde estava antes de cair nos seus braços, como se nada disso tivesse acontecido.
Machucada demais pra sentir uma ferida a mais.
Acho que você me viu ali, sozinha e deprimida, semi-morta e achou que poderia me salvar.
E eu acreditei.
O negócio é que, mesmo agora, você sempre me fez tentar ser melhor do que sou. E foi você, mesmo agora, quem esteve lá para aplaudir cada passo que eu dei, na tentativa de ser melhor, de merecer você.
Agora sou pequena e ridícula e nova demais pra conseguir ser velha e desinteressante.
Patética e sempre, sempre sozinha.
Caminho no meu labirinto de espelhos, com minha música em mim, rasgando-me, só pra me ferir mais. Cada nota uma ferroada, como uma abelha insistente no meu copo de refrigerante.
O melhor é que não me sinto, nunca me senti, mal comigo.
Só vazia!
Continuo vazia. Olhando números e datas, carente e querendo parecer suficiente. Desejando e falando sozinha, guardando o dia 13 de janeiro, ouvindo músicas no repeat, imaginando diálogos que perdi a chance de ter, sonhando acordada como a menininha que nunca deixei de ser, mesmo que finja.

Correndo, na ponta do meu espiral."

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